Sobre
O bairro recebeu este nome em referência a abertura da rodovia
que liga o Amazonas ao Mato Grosso, com seu início no dia 1 de
agosto de 1932, em um local antes conhecido como Ponte dos
Suspiros (trecho conhecido atualmente como cruzamento entre a
avenida Sete de Setembro com a Campos Sales) que, seguindo os
estudos realizados, partia de Porto Velho, território
amazonense, até a cachoeira de Samuel, em Mato Grosso.
A estrada começou ser aberta sem máquinas, trabalho que
inicialmente era feito apenas por pás, picaretas, machados,
terçados somados a força do braço e mãos dos migrantes
nordestinos recém-chegados a Porto Velho e os duzentos contos de
réis concedidos pelo ministro da Viação e Obras Públicas, José
Américo de Almeida à Estrada de Ferro Madeira-Mamoré.
Aluízio Pinheiro Ferreira, diretor da ferrovia, informa ao
ministro da época o que fora construído e ressalta a necessidade
do prosseguimento da estrada até Ji-Paraná, pleiteando recursos
financeiros para o ano de 1933, na ordem de seiscentos contos de
reis. Ele reforçou as condições econômicas da região que seria a
ser percorrida pela rodovia, com produção de borracha, caucho,
castanha do Brasil, poaia, óleos vegetais e madeiras de lei.
O ministro José Américo concedeu parte do recurso solicitado
para que assim os trabalhos de reiniciassem, provocando assim a
instalação em Porto Velho, da 2ª Companhia Rodoviária
Independente, em julho de 1945, com um efetivo de duzentos
homens, equipada com tratores e viaturas diversas fornecidas
pelo exército brasileiro. Essa foi a origem da BR-364, cuja a
concretização do plano rodoviário inspirado na visão futurista
de Aluízio Pinheiro Ferreira, consumou-se quando o governador
Paulo Nunes Leal solicitou ao presidente Juscelino Kubitscheck
que fosse construída uma rodovia ligando Brasília ao Acre.
O avanço da abertura da estrada foi acompanhado por várias
famílias que construíram seus casebres de taipa cobertos de
folhas de palmeira. Entretanto. existem também os que são
cobertos de cavacos, telhas, etc, nas margens da rodovia. A
população o nomeou como Quilômetro 1, oficializado após a sua
formação urbana em razão de já ter sido consagrado pela
população. Uma placa com o nome do bairro era exibida na
bifurcação das atuais avenidas, Sete de Setembro com a Nações
Unidas, lamentavelmente destruída.
As pequenas e simples casinhas com o passar do tempo foram
substituídos por residências de alvenaria e muitas dessas casas
passaram a função comercial. Dentre os principais pontos de
referência do bairro pode-se destacar a Escola Estadual de
Ensino Fundamental Médio Murilo Braga, reformada e ampliada,
recebendo uma estrutura moderna para oferecer ensino integral e
o Mercado do KM 1, onde é possível apreciar várias iguarias
regionais.
O pequeno bairro do Quilômetro 1, é de formato quadrangular,
limitado pelos bairros São Cristóvão, Santa Bárbara, Nossa
Senhora das Graças e Centro, já serviu de inspiração para
composição de música, palco para peças de teatro e de local de
preparação para desfiles carnavalescos.
Resumo do livro: Os Bairros na História de Porto Velho
Autora: Yêdda Pinheiro Borzacov