Sobre
O bairro Militar limita-se pela BR-364 e pelos bairros Areal,
Tupi, Eletronorte, Areia Branca e Triângulo. Passam pelo bairro,
a estrada de Santo Antônio e o igarapé Bate- Estacas. Recebeu
este nome em decorrência da instalação do 5° Batalhão de
Engenharia e Construção (5° BEC), criado pelo Decreto n.° 56.629
de 30 de julho de 1965, com sede em Porto Velho, sendo a
primeira Unidade de Engenharia de Construção que o Exército
organizou na Amazônia. Sua instalação marcou a história, pois
desta forma conseguiu consolidar a presença nacional do exército
no oeste brasileiro. Além disso, os prédios necessários para
abrigar os serviços indispensáveis para o funcionamento da
instituição foram construídos na área.
Nesse território geográfico, propagava-se um tucumanzal nativo,
servindo nas décadas de 1950 e início de 1960 de campo de
engorda do gado bovino. Os bois eram adquiridos nos campos do
Mojo, situado no Mamoré, na área boliviana, transportados de
barco até Guajará-Mirim e então embarcadas em vagões da Estrada
de Ferro Madeira-Mamoré. N estação de Porto Velho, eram
desembarcados magros, agitados e maltratados. A boiada era
conduzida pelas Avenidas Sete de Setembro e Rogério Weber, até o
campo de engorda que contemplava desde a rua Prudente de Moraes
até a área que atualmente, pertence à instituição militar. A
passagem da boiada pelas ruas provocava correria dos pedestres.
Alguém gritava “lá vem a boiada”, e todos se escondiam como
possível.
Havia uma bela edificação que se destacava na paisagem do
bairro, a Capela de São Francisco, inaugurada em 1972,
frequentada por civis e militares. A Capela foi demolida e
mediante um protesto diante de mais uma destruição dos bens
históricos e, o Exército, reconhecendo o erro, construiu outra
Capela com as mesmas características da original, inaugurada em
2012. Boas recordações da sociedade foram promovidas pelo Clube
dos Oficiais, como os bailes de comemoração da Independência do
Brasil, o Reveillon e as festas carnavalescas, ocasiões em que
os militares e civis juntos, se divertiam e se confraternizavam
em ambiente festivo.
O ano de 1981 foi uma data histórica para o bairro e para a
Estrada de Ferro pois este ano a locomotiva número 12 – Cel.
Church do 5º BEC, que estava em um pedestal desde o início da
década de 1970,em frente ao Clube dos Oficiais, foi transferida
para dentro do complexo Estrada de Ferro. Esta saída causou
grande movimento no bairro, pois juntou muitos técnicos e
pessoas festejando e montando um tipo de cortejo acompanhando o
bem histórico que estava sendo transportado até o local de
destino onde a mesma se tornaria parte do acervo museológico
local.
No ano de 1998, o bairro presenciou a inauguração do espaço
cultural que tinha o nome de “Solar dos Pioneiros”, espaço que
através do seu acervo possui fotografias, textos e quadros
mostrando desde a saída de soldados da cidade do Rio de Janeiro
até a finalização da Estrada de Ferro, que ligava Rondônia e
Acre
Resumo do livro: Os Bairros na História de Porto Velho
Autora: Yêdda Pinheiro Borzacov