Sobre
O início do bairro Olaria está ligado a uma mini-indústria
oleira de um imigrante espanhol, construída em 1920. Ele
instalou nessa região a primeira olaria da cidade. A Congregação
Salesiana foi uma das primeiras clientes desta olaria, estavam a
fazer a edificação da futura Catedral do Sagrado Coração de
Jesus. Não havendo carros para o transporte, D. Pedro Massa e
outros sacerdotes, fizeram um apelo à comunidade em busca de
ajuda no transporte dos tijolos. Os devotos, que eram donos de
carroças, inclusive muitas mulheres, contribuíram carregando
tijolos nas cabeças, formando uma corrente solidária com a
intuito de ajudar na construção do templo católico.
No entorno da olaria, muitas casas foram construídas, feitas
através de barro, estacas de madeira e cobertura de folhas de
coqueiro, sendo que estas pequenas casinhas de dois a três
cômodos, com o passar dos anos foram substituídas por
residências de alvenaria e madeira. O limite norte da olaria era
atravessado pelo Igarapé dos Tanques, cujas águas propiciavam as
donas de casa e lavadeiras higienizarem suas roupas.
Na década de 1930, a administração brasileira da Estrada de
Ferro Madeira-Mamoré se tornou responsável pela olaria, nomeando
para administrá-la, um ex-cabo do exército brasileiro, José
Alves Lira, popularmente chamado de cabo Lira. Ele trabalhou até
a sua transferência em 1944, para o governo do Território
Federal do Guaporé, razão pela qual ficou conhecida como olaria
do Território.
A olaria foi desativada em 1960 e em parte da área da olaria
destruída foram construídas residências, em outra, uma empresa
se apropriou de extenso espaço. Dessa forma, foram abertas novas
ruas, dentre elas a rua Abunã. A Câmara Municipal mudou o nome
da rua Abună para Engenheiro Joaquim de Araújo Lima, ex-diretor
da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e ex-governador do Território
Federal do Guaporé, Lei n ° 16 de 3 de novembro de 1971. Isso
desagradou a comunidade da Olaria que continuou a chamando de
Abunã, nomenclatura que voltou a ser determinada através da Lei
n° 1356 de 11 de maio de 1999.
Dentre as manifestações culturais do bairro, antigamente ocorria
um arraial que era montado na época junina pelo comerciante
Passinho, no espaço onde havia funcionado a olaria. Além disso,
havia um supermercado de propriedade de Tufic Matny, Humberto
Correia e Júlio Cantuária, estabelecimento que mais tarde
abrigou o Centro de Teatro de Bonecos.
Dentre os principais pontos de referência do bairro pode
destaca-se o Tribunal de Contas do Estado de Rondônia - TCE,
criado no dia 31 de janeiro de 1983, o Tribunal de Justiça do
Estado de Rondônia, o Instituto Laura Vicuña, o Serviço de Apoio
às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), o Conjunto habitacional
Vila do IPASE, o Serviço Social do Comércio (SESC), Palácio de
Obaluaiê, o Teatro Palácio das Artes, Ministério Público do
Estado de Rondônia, Corpo de Bombeiros, Igreja Adventista do 7°
Dia, Colégio Terra Nova, Escola Pública de Trânsito, Hospital 9
de Julho, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, A Assembleia
Legislativa de Rondônia e o Tribunal de Justiça do Trabalho.
O bairro é limitado pelos bairros Caiari, Centro, Pedrinhas,
Arigolândia, São Cristóvão, Pannair e São João Bosco.
Atualmente, é possível perceber que a verticalização predial
mudou totalmente o aspecto do bairro, dando-lhe um novo perfil
com a construção de prédios residenciais e públicos.
Resumo do livro: Os Bairros na História de Porto Velho
Autora: Yêdda Pinheiro Borzacov