Sobre
Bairro que situado na Zona Oeste, estando delimitado pelo rio
Madeira e os bairros da Arigolândia, Pedrinhas, São Sebastião e
Olaria. Sua formação urbana inicial ocorreu na estrada dos
Milagres, pelo fato de existir neste lugar uma colônia agrícola
com cerca de 200 hectares, implantada e mantida pelo governo do
Território Federal do Guaporé.
A área foi registrada em cartório de Porto Velho, atestando que
em 6 de julho de 1908, o governo do Amazonas titulou esse espaço
geográfico, denominando ele de Milagres, à época pertencendo a
três proprietários: Antônio da Costa Crespo e a sua esposa Maria
Bacelar Castro e Pedro Gomes dos Santos. Na data de 28 de
dezembro de 1944, o então governador Aluízio Pinheiro Ferreira
comprou as duas áreas que juntas, totalizavam 1.702 hectares,
destinando uma parte para uma fazenda agrícola experimental.
O nome Pannair foi herdado dos aviões da Pannair do Brasil,
empresa subsidiária da Pan-American que durante alguns anos
prestou serviços à esta região com os anfíbios Catalina que
aquatizavam no Madeira, em voos semanais, cobrindo as cidades de
Manaus, Borba, Aripuanã, Manicoré, Humaitá e Porto Velho,
transportando passageiros e malas postais.
Em 1977, o governo federal com objetivo de construir um novo
aeroporto, repassou para o Território Federal 683 hectares e, o
restante da área, transferiu para uma nova unidade federativa em
virtude da Lei Complementar n° 41, criando o estado, em 1980.
No final da década de 1950, a população de Porto Velho
compareceu ao então porto improvisado dos "Milagres", para
curiosamente ver o desembarque do equipamentos e máquinas
pesadas das empreiteiras contratadas para a abertura da BR-29
(atual 364), conduzidas pelo navio cargueiro "Tubarão". As
máquinas desfilaram pelas avenidas Farqhuar, Presidente Dutra e
Sete de Setembro, ao som dos foguetes.
O bairro foi testemunha de uma passagem da riqueza agrícola,
entretanto, não possui saneamento básico e outros benefícios.
Com a construção da ponte sobre o rio local, cento e sessenta e
oito famílias receberam a título de indenização, novas casas,
construídas na margem esquerda, distante 1 km da ponte,
enquanto, outras, optaram por receber em espécie.
No dia 12 de junho de 2012, em face da morosidade em resolver a
questão da indenização, por meio da Associação dos Moradores do
Panair, houve o bloqueio da BR-319, ocasionando as paralisações
das balsas utilizadas na travessia do rio Madeira e os trabalhos
da obra da ponte. O bairro preservou os primeiros nomes, tais
como: Beco do Biro e Bico da Rede, dentre outros, locais onde as
crianças brincavam. Dentre os principais pontos de referência do
bairro destacam-se a Paróquia de São Pedro e a Escola Estadual
de Ensino Fundamental e Médio Castelo Branco.
O crescimento do bairro Pannair, a supervalorização dos
terrenos, os projetos balísticos mal concebidos e, sobretudo, a
imprevidência e o descaso dos responsáveis pela ocupação urbana,
contribuiram para fazer os vestígios do quadro natural,
construído em harmonia com a natureza. Em razão da transferência
das terras que até 2016 pertenciam à União para o município, os
moradores após a conclusão do processo iniciado pela prefeitura,
foram contemplados com a regularização das suas áreas.
Resumo do livro: Os Bairros na História de Porto Velho
Autora: Yêdda Pinheiro Borzacov