Sobre
A formação urbana do bairro Pedrinhas foi iniciada quando a
aeronáutica fez uma licitação pedindo ao governo a desocupação
de uma área agrícola, conhecida como posto agrícola dos tanques,
local que era um centro experimental agrícola onde eram
cultivados plantações como laranja e cupuaçu.
Nas imediações do Posto Agrícola, Casas foram construídas
destinadas ao administrador e funcionários do Serviço de
Administração Geral-SAG, que ali prestavam serviços. No
aprazível local havia um manancial de águas cristalinas. O
igarapé dos Tanques, desembocando no Madeira, propiciava
aproximação entre uma população da cidade que iam ali como forma
de lazer e os trabalhadores técnicos do setor agrário. A
reivindicações da Aeronáutica para a desocupação da área,
deveu-se ao fato das obras para a construção Aeroporto Belmont,
posteriormente, denominado Aeroporto Internacional governador
Jorge Teixeira, e por este motivo existia a necessidade de
exigir por medidas de segurança, espaços desabitados mas suas
adjacências.
O posto agrícola foi erradicado do local e lotes de terra foram
demarcados e entregues às famílias, sendo cortados um espaço
próximo a Central de Incubação dos Milagres, situado em um beco,
incorporado atualmente à avenida Farquar. Esse espaço era
conhecido como Pedrinhas, por ser um denotativo dado em alusão a
um igarapé de cratera de laterita, cujo formato lembrava um
retângulo e serviço de lazer para os moradores do Caiari.
Arigolândia e Olaria, além das lavadeiras utilizarem suas limpas
águas para lavar as roupas de seus clientes, Palmeiras de
muricizeiros proliferavam no local.
As casas construídas não devem atrair muitas pessoas que por
conta própria demarcaram lotes, edificando suas casas em
madeira, sendo que seus acessos às casas era por meio de
caminhos estreitos, estrutura esta que mobilizou a igreja Nossa
Senhora do Rosário que em 1972 e 1973 começou a promover ações
comunitárias formando grupos constituídos por homens solidários,
buscando estruturar melhor o bairro.
Em 1976, a municipalidade definiu o espaço como bairro e o
governador Humberto da Silva Guedes anunciou que nenhum
aforamento posterior a 1943 (ano da criação do Território
Federal) tỉnha validação, medida que evitou a desapropriação de
grande extensão de terras pleiteadas por um ano.
No ano de 1969, o terceiro conjunto residencial foi edificado no
bairro, fruto do convênio entre o Governo do Território e o
IPASE - o Ipase Novo (G4 casas), destinado a funcionários
públicos e entregues aos moradores sem energia elétrica. Somente
no primeiro semestre de 1970 é que foi instalada uma rede para
fornecimento de eletricidade.
A praça, uma única do bairro, possui uma quadra destinada aos
jogos de futebol de salão e voleibol, utilizado para aulas de
educação física dos alunos da Escola Municipal de Ensino
Fundamental "Nações Unidas". O belo igarapé das Pedrinhas, por
motivos da urbanização desenfreada somada ao desmatamento e
poluição deixou de ser o mesmo de antes.
Na década de 2000, uma tentativa desastrada de um determinado
segmento da Sociedade pretendia mudar o nome Pedrinhas para
Francisco José Chiquilito Erse, político dos mais respeitados e
admirados pelos porto velhenses. A tentativa de alteração do
nome atingido pela comunidade pedrinense. A Lei n 1.265 de 12 de
agosto de 1996, estabeleceu que as normas de denominação das
ruas e logradouros públicos, determina que os nomes atuais só
podem ser alterados se os moradores concordarem. A Lei foi
respeitada - fator de promoção de harmonização do crescimento
urbano, na medida em que deve compatibilizar os interesses desse
sentimento com as raízes culturais que deram origem. O nome
Pedrinhas foi preservado, apesar do reconhecimento pelo trabalho
do político Erse. Localizado na Zona Norte, no bairro Pedrinhas
limita-se com os bairros São Sebastião, Olaria, São João Bosco e
Panair, contando com um patrimônio arquitetônico que é a
materialização das relações sociais que interagem no espaço da
cidade, tal como o belo prédio Palácio Rio Madeira - Centro
Administrativo de Governo, moderno e funcional, cuja
visibilidade se mistura com os testemunhos culturais existentes.
Com treze andares, heliponto, elevador panorâmico, propicia uma
visão fantástica do rio Madeira. Dentre as manifestações
culturais ressaltam-se: a sede da Agremiação Rádio Farol,
funcionando em um prédio cedido por comodato pela
Superintendência do Patrimônio da União- SPU, local em que
projetos de cunho social são realizados, tais como: cursos de
capoeira, dança de salão, balé, informática, corte e costura,
além de oferecer atividades esportivas de futsal e voleibol.
Resumo do livro: Os Bairros na História de Porto Velho
Autora: Yêdda Pinheiro Borzacov