Sobre
Porto Velho foi criada por desbravadores por volta de 1907,
durante a construção da E.F. Madeira- Mamoré. Fica nas barrancas
da margem direita do rio Madeira, o maior afluente da margem
direita do rio Amazonas. Desde meados do sec. XIX, nos primeiros
movimentos para construir uma ferrovia que possibilitasse
superar o trecho encachoeirado do rio Madeira (cerca de 380km) e
dar vazão à borracha produzida na Bolívia e na região de Guajará
Mirim, a localidade escolhida para construção do porto onde o
caucho seria transbordado para os navios seguindo então para a
Europa e os EUA, foi Santo Antônio do Madeira, província de Mato
Grosso. As dificuldades de construção e operação de um porto
fluvial, em frente aos rochedos da cachoeira de Santo Antônio,
fizeram com que construtores e armadores utilizassem o pequeno
porto amazônico localizado 7km abaixo, em local muito mais
favorável. Em 15/01/1873, o Imperador Pedro II assinou o
Decreto-lei n.º 5.024, autorizando navios mercantes de todas as
nações subirem o Rio Madeira. Em decorrência, foram construídas
modernas facilidades de atracação em Santo Antônio, que passou a
ser denominado Porto Novo. O porto velho dos militares continuou
a ser usado por sua maior segurança, apesar das dificuldades
operacionais e da distância até S. Antônio, ponto inicial da
EFMM. Percival Farquar, proprietário da empresa que afinal
conseguiu concluir a ferrovia em 1912, desde 1907 usava o velho
porto para descarregar materiais para a obra e, quando decidiu
que o ponto inicial da ferrovia seria aquele (já na província do
Amazonas), tornou-se o verdadeiro fundador da cidade que, quando
foi afinal oficializada pela Assembléia do Amazonas, recebeu o
nome Porto Velho. Após a conclusão da obra da EFMM em 1912 e a
retirada dos operários, a população local era de cerca de 1.000
almas. Então, o maior de todos os bairros era onde moravam os
barbadianos - Barbadoes Town - construído em área de concessão
da ferrovia. As moradias abrigavam principalmente trabalhadores
negros oriundos das Ilhas Britânicas do Caribe, genericamente
denominados barbadianos. Ali residiam pois vieram com suas
famílias, e nas residências construídas pela ferrovia para os
trabalhadores só podiam morar solteiros. Era privilégio dos
dirigentes morar com as famílias. Com o tempo passou a abrigar
moradores das mais de duas dezenas de nacionalidades de
trabalhadores que para cá acorreram. Essas frágeis e quase
insalubres aglomerações, associadas às construções da
Madeira-Mamoré foram a origem da cidade de Porto Velho, criada
em 02 de outubro de 1914. Muitos operários, migrantes e
imigrantes moravam em bairros de casas de madeira e palha,
construídas fora da área de concessão da ferrovia. Assim, Porto
Velho nasceu das instalações portuárias, ferroviárias e
residenciais da Madeira-Mamoré Railway. A área não industrial
das obras tinha uma concepção urbana bem estruturada, onde
moravam os funcionários mais qualificados da empresa, onde
estavam os armazéns de produtos diversos, etc. De modo que, nos
primórdios haviam como duas cidades: a área de concessão da
ferrovia e a área pública. Duas pequenas povoações, com aspectos
muito distintos. Eram separadas por uma linha fronteiriça
denominada Avenida Divisória, a atual Avenida Presidente Dutra.
Na área da railway predominavam os idiomas inglês e espanhol,
usados inclusive nas ordens de serviço, avisos e correspondência
da Companhia. Apenas nos atos oficiais, e pelos brasileiros era
usada a lingua portuguesa. Cada uma dessas povoações tinham
comércio, segurança e, quase, leis próprias. Com vantagens para
os ferroviários, face a realidade econômica das duas
comunidades. Até mesmo uma espécie de 1 Fonte: Prefeitura
Municipal força de segurança operava na área de concessão da
empresa, independente da força policial do estado do Amazonas
O Distrito Sede - Porto Velho limita-se partindo da foz do Rio
Jamari no Rio Madeira, sobe o Rio Jamari até o rio Candeias;
sobe por este até o Paralelo 9º 50’ 00’’; segue por este
Paralelo até o rio Pardo; desce por este até o Rio Branco; desce
pó reste até o limite da Floresta Nacional do Bom Futuro
(inclusive); segue por este limite até o Rio Caracol; desce por
este até o Rio Madeira; desce o Rio Madeira até o Rio Cancão;
sobe por este até o Divisor de Águas dos Rios Madeira/Ituxi;
segue por este Divisor até o ponto mais próximo da nascente do
Paraná Pixuna; desce por este até o paralelo da foz do Rio
Maicimirim; segue por este Paralelo até o Igarapé do Índio; sobe
por este até sua Cabeceira com coordenadas de S 8º 09’ 52’’ W
63º 35’ 44’’; deste ponto, segue em linha reta com distância de
7.200 m até alcançar a Cabeceira do Igarapé Apuniã cuja
coordenada é de S 8º 09’ 25’’ W 63º 31’ 45’’; desce o Igarapé
Apuniã até o limite da Reserva Extrativista Cuniã
(exclusive),deste ponto, segue pelo limite desta reserva até o
Igarapé Cuniã, sobe por este até o Meridiano 63º 35’ 00’ segue
por este limite da Estação Ecológica do Cuniã (exclusive), segue
por este limite até o Igarapé Capitari; desce por este até o Rio
Madeira; desce o Rio Madeira até a foz do Rio Jamari, no ponto
inicial.
Possui as seguintes localidades dentro da sua divisão
territorial, até a data de 19/11/2020:
- 25 de Abril
- Amparo
- Belo Horizonte
- Boa Fé
- Bom Jardim
- Bom Serazinho
- Brasileira
- Calderita
- Cujubim
- Cujubimzinho
- Itacoã
- Maravilha
- Mutuns
- Niterói
- Nova Aliança
- Nova Vila Teotônio
- Planalto II
- Rio Verde
- Santana
- São Francisco
- São Miguel
- São Sebastião
- Silveira
- Vila Franciscana
- Vila Princesa